Fonte: O Globo
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal entraram em greve nesta terça-feira em mais um protesto por reajuste salarial. Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), a paralisação conta com a adesão de pelo menos três mil policiais nos 26 estados e no Distrito Federal. Em Brasília, 300 policiais fizeram um cortejo em volta do Ministério da Justiça para simular o enterro da “segurança pública” do país. Os policiais reivindicam 100% de reajuste salarial.
A greve termina amanhã com ou sem resultado favorável nas negociações com o governo. Mas, segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal, Flávio Werneck, se não tiverem as reivindicações atendidas, agentes, escrivães e papiloscopistas voltarão a entrar em greve no próximo mês, desta vez por tempo indeterminado. Os protestos podem repercutir sobre a estrutura de segurança que está sendo preparada para a Copa.
Depois do enterro simbólico, que teve até caixões e carro funerário, uma comissão de policiais foi chamada para conversar com um assessor do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O governo vem oferecendo, desde o ano passado, reajuste de 15,8% aos policiais em várias parcelas. Mas a proposta foi rejeitada reiteradas vezes por assembleias sindicais. Os policiais querem reajuste de 100%, o que igualaria as faixas salariais da categoria aos valores pagos a outras carreiras de Estado.
Agentes, escrivães e papiloscopistas estão em guerra aberta contra supostos privilégios de delegados e reivindicam ampla reestruturação da carreira policial. Os protestos não devem prejudicar os serviços de atendimento direto ao público como emissão de passaportes e fiscalização de portos e aeroportos. Segundo os sindicalistas, a paralisação só atingirá hoje e amanhã as investigações criminais. Esta seria uma forma de reduzir a produtividade da polícia sem incomodar parte da população que precisa dos serviços da polícia.
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