A palavra “indisponível” exibida no site da Polícia Federal frustrou quem precisava agendar o pedido de passaporte na semana passada. Segundo a PF, uma queda no sistema cancelou o serviço. A falha teria ocorrido na segunda-feira 27, quando técnicos tentavam migrar o banco de dados do sistema para computadores mais modernos, comprados recentemente. A falha, já corrigida, mostrou quanto é importante modernizar o processo de emissão de passaportes. Até o fim do ano, o Brasil vai emitir um novo modelo do documento. Ele virá com um chip que permitirá automatizar o controle migratório (leia o quadro abaixo).
O passaporte é um documento emitido por um país soberano que permite a seus cidadãos ter proteção legal em outro país e o direito de retornar a sua terra natal. O primeiro registro de um documento assim está na Bíblia. O rei Ataxerxes I, da Pérsia, escreve uma carta em que pede permissão para que o profeta Neemias entre em Jerusalém. As cartas, usadas até o começo do século passado, dão lugar a tecnologias cada vez mais modernas. Quem trocou de passaporte nos últimos dez anos deve lembrar a troca do documento verde pelo azul. E vem outra mudança por aí. Em dezembro, o Brasil vai começar a emitir o e-passaporte, que vem com um chip e é mais seguro contra falsificação. A modernização é resultado de uma tendência internacional por mais segurança, depois dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos. Usar esse tipo de tecnologia pode facilitar as coisas para brasileiros no exterior.
“O passaporte verde era como a máquina de escrever. O azul é o computador. O e-passaporte será o laptop”, afirma Eduardo Hosannah, ministro da divisão de documentos de viagem do Itamaraty. A mudança do verde para o azul foi grande. A do azul para o e-passaporte pode parecer menor, mas incorpora novas tecnologias, antecipando o futuro do controle de migração. O primeiro só tinha recursos gráficos como medida de segurança: tipos de papel e impressão, marca-d’água. No modelo atual, há várias proteções: as fibras do papel e a linha usada no encadernamento reagem na presença de produtos químicos ou de certos tipos de luz; há palavras que só podem ser lidas no microscópio. No futuro, os sistemas de imigração podem ser automatizados. Por enquanto, só diplomatas contam com o chip. A partir de dezembro, os outros brasileiros estarão mais perto de um futuro com menos aborrecimento em aeroportos estrangeiros.
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