Fonte: Jornal O Estado
A CNM (Confederação Nacional dos Municípios) divulgou esta semana um relatório que denuncia a precariedade da estrutura de combate ao tráfico de drogas na região de fronteira com o Paraguai e a Bolívia. Em Mato Grosso do Sul, sindicatos de forças policiais reconhecem que a falta de infraestrutura e baixo contingente dificultam a atuação dos agentes para zelar pela segurança na região de fronteira.
A pesquisa coletou informações com secretários de saúde e assistência social de 25 municípios sul-mato–grossenses. “Crack, cocaína e a maconha estão quase que no mesmo percentual de citações, quando a questão é o tipo de entorpecente mais comercializado. Informação que leva a região a estado de alerta, que também tem números reduzidos (de postos de fiscalização)”, declarou Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.
De fato, os municípios ouvidos em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul responderam que crack (31%), maconha (32%) e cocaína (29%) são drogas presentes. Nos dois Estados, 76% dos municípios que participaram da pesquisa disseram também que estão em rota de tráfico. E mesmo assim, apenas seis declararam ter postos da Polícia Federal, dez da Polícia Rodoviária Federal e três de Alfândega. “Nós podemos dizer com tranquilidade que temos, pelo menos, 400 quilômetros de fronteira livre entre um posto e outro de fiscalização na região Centro–Oeste”, disse Ziulkoski.
Jorge Caldas, presidente do Sinpef/MS (Sindicato dos Policiais Federais) indica que a falta de estrutura e as mínimas condições de trabalho dos agentes dificulta a atuação nas faixas de fronteira. “Nas delegacias de Corumbá e Ponta Porã, a Polícia Federal deveria ter, pelo menos, 100 homens trabalhando, mas há no máximo 45 policiais em cada”.
De acordo com Caldas, mesmo com a indenização de fronteira, trabalhar na região não é um atrativo para os agentes. “Com a indenização, o policial recebe uma diária de R$ 91 para trabalhar. Mas as delegacias não tem suporte físico para armazenar o material apreendido nas operações e as condições de trabalho também são mínimas”.
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