PF ameaça parar às vésperas do Pan
Ugo Braga
Da equipe do Correio
Karina Pena/Divulgação |
O senador Valdir Raupp (E) recebeu policiais: situação “preocupante” |
Avelar e outros dois diretores do Sindipol procuraram o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), clamando por um interlocutor com o governo. Querem que Raupp intermedie negociações com os ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e do Planejamento, Paulo Bernardo. “Fiquei muito preocupado com o que eles me contaram. Pedi que anexassem uns documentos para montar um memorial. Aí vou ver o que posso fazer”, contou o peemedebista.
Os policiais têm uma carta assinada pelo ministro Márcio Thomaz Bastos no dia 2 de fevereiro de 2006. Nela, Bastos refere-se ao acordo fechado com a categoria em julho de 2005, para repor as perdas salariais de anos anteriores. “(…) Tendo sido acertado com a equipe econômica que o aumento será dividido em duas vezes, ainda no presente exercício”, escreveu.
Insatisfação
Seriam, conforme os federais, duas rodadas de reajuste, cada uma delas de 30% sobre os subsídios. Em julho do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou a Medida Provisória nº 305, com a qual reestruturou as carreiras no Departamento de Polícia Federal e concedeu a primeira leva de aumentos. A outra era esperada para dezembro. Mas até agora não veio. “Nem nos chamaram para conversar, nem responderam às nossas tentativas de contato”, diz Luís Cláudio Avelar. “Estipulamos um prazo até julho, data dos jogos, para o governo cumprir a segunda parte do acordo que fez conosco.”
A insatisfação é generalizada dentro da corporação. Os policiais receberam a informação de que o governo pretende embutir os 30% restantes do aumento prometido num outro projeto de lei — o que cria a Lei Orgânica da PF, cujo teor desperta queixumes de todos os lados. “Esse projeto demite imediatamente dois mil escrivães e papiloscopistas. Se for mandado ao Congresso, paramos na mesma hora”, ameaçou o presidente do Sindipol. “Não vamos admitir que se vincule o acordo de 2005 à Lei Orgânica”, confirmou o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Sandro Torres Avelar. Fontes da Casa Civil confirmaram a intenção de mandar o projeto com a Lei Orgânica da PF. Mas o governo não tinha posição oficial sobre o reajuste.
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