da Folha Online
Acusados de participação em esquema de desvio de dinheiro do BRB (Banco de Brasília) disseram em depoimentos que parte do esquema se repetiu na Nossa Caixa, o banco oficial do Estado de São Paulo, informa nesta segunda-feira reportagem da Folha (íntegra disponível só para assinantes do jornal ou do UOL).
A Folha teve acesso à integra dos depoimentos dos presos na Operação Aquarela, comandada pela Polícia Civil do Distrito Federal.
Segundo a reportagem, cinco dos 20 acusados de integrar o esquema confirmaram nos depoimentos que a ONG Caminhar, apontada como pivô da fraude, recebeu nos últimos dois anos cerca de R$ 8 milhões para realizar pesquisas para medir a satisfação dos clientes do BRB e da Nossa Caixa com o serviço de auto-atendimento –três disseram que as pesquisas eram todas forjadas.
Operação Aquarela
Na Operação Aquarela, foram expedidos mandados de prisão contra 20 pessoas. O então senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) foi acusado de quebra de decoro após a divulgação de conversas telefônicas que o mostraram negociando a partilha de cerca de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura. A partilha seria feita no escritório do empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol.
O ex-governador negou as acusações e disse que pediu um empréstimo de R$ 300 mil a Constantino –quantia descontada de um cheque de R$ 2,2 milhões do empresário. O dinheiro, segundo ele, teria sido utilizado para comprar uma bezerra e ajudar um primo.
Roriz renunciou ao mandato parlamentar no último dia 4 para escapar de um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado. As gravações sobre a partilha do dinheiro foram realizadas durante a Operação Aquarela.
As denúncias contra Roriz ganharam mais um elemento extra com a publicação de uma reportagem da revista “Veja”, informando que ele teria utilizado parte dos R$ 2,2 milhões para subornar juízes do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Distrito Federal em processo contra ele nas eleições do ano passado.
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