O delegado Protógenes Queiroz disse nessa terça-feira – antes de proferir palestra na sede da OAB-Niterói – que, depois da repercussão de sua atuação à frente da operação Satiagraha, recusou diversos convites para trabalhar em órgãos como ONU, Ministério Público (federal e de diversos estados) e “até no Congresso Nacional”. Protógenes afirmou ainda que, mesmo depois de ser informado de seu afastamento da Divisão de Inteligência da Polícia, vai manter-se motivado a trabalhar na PF. E descartou, como já vinha fazendo, a possibilidade de entrar para a política. Porém não respondeu diretamente à pergunta sobre sua confiança no Supremo Tribunal Federal, dizendo apenas que confia “na Justiça brasileira”.
“Ao contrário de meus colegas da PF, que têm mostrado grande desmotivação para trabalhar diante de posicionamentos duvidosos de certas autoridades, eu continuo motivado. Não quero sair da PF”, garantiu o delegado.
Protógenes reafirmou, como tem feito em diversas palestras as quais tem proferido ultimamente, que “há uma crise institucional instalada no país”, mas negou que o problema esteja na Polícia Federal.
“Minha visão também é a de um cidadão indignado, principalmente a partir da deflagração da operação Satiagraha”, disse Protógenes. “Tivemos vários momentos de tensão institucional envolvendo pessoas do vértice do aparato estatal que se posicionaram de forma duvidosa.”
Sobre a possibilidade de ainda guardar informações que possam causar alguma reviravolta no caso que envolve o banqueiro Daniel Dantas, ou mesmo no cenário político nacional, Protógenes garantiu que todas as informações que ele detém constam do inquérito. Porém, o delegado negou-se a dizer se nos telefonemas grampeados feitos durante a Satiagraha foi detectado alguma conversa envolvendo autoridades que não eram o foco das investigações.
“Não posso entrar no mérito deste questionamento por questões de sigilo, mas posso assegurar que não guardo nenhuma informação que não estejam nos autos.”
Sobre o Poder Judiciário, o delegado disse ainda confiar na condenação do “bandido Daniel Dantas”. O delegado disse que o juiz Fausto De Sanctis, que atua no caso Satiagraha, é uma raríssima exceção no rol dos bons profissionais.
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