Breno Fortes/CB/8.6.06 |
Parados há mais de um mês, defensores públicos conseguiram garantir o pagamento de subsídio e a contratação de mais profissionais |
Após dois meses de greve, os auditores fiscais da Receita Federal devem voltar ao trabalho a partir de quinta-feira, se acatarem a decisão do comando do movimento, como normalmente acontece nas assembléias. Ao longo da semana os 7,7 mil ativos em todo o país se reúnem para decidir o rumo da categoria. A plenária deve indicar a suspensão do movimento. Com a edição da MP e por ter passado o 30 de junho (último dia para conceder reajustes, segundo a lei eleitoral), a gente deve voltar, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Carlos André.
Nos mais de 60 dias de interrupção das fiscalizações nos portos, aeroportos e fronteiras, o comércio exterior brasileiro foi prejudicado. Sem insumos e matéria-prima importados, muitas indústrias e empresas tiveram seus negócios prejudicados e até demitiram funcionários.
Também nesta semana retornam ao trabalho os professores e técnicos das escolas de 1º e 2º graus, em greve desde 17 de maio. A volta às atividades é considerada certa pela entidade que representa a categoria, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional (Sinasefe). Os professores conseguiram um reajuste de 12% nos salários e os técnicos garantiram a gratificação de incentivo à qualificação e capacitação que reivindicavam. Vamos indicar a suspensão da greve e os profissionais devem voltar nesta semana, afirma o coordenador-geral do Sinasefe, William Carvalho. Em Brasília os representantes da categoria, lotados no Colégio Militar, não fizeram greve.
Judiciário
Paralisados em uma greve unificada desde 22 de maio, os servidores das carreiras jurídicas estão divididos em relação ao rumo do movimento, apesar de terem tido os mesmos benefícios — os salários passarão a ser pagos por subsídios e com um incremento que vai variar de 20,64% a 73,16% até 2009. Os defensores públicos devem pôr fim à paralisação por causa, principalmente, de um benefício a mais que tiveram. O governo autorizou a convocação de 168 profissionais aprovados no concurso realizado em 2004. O aumento do número de defensores é uma reivindicação antiga da categoria que atualmente conta 106 servidores.
Já os índices do reajuste desagradaram os advogados da União e os procuradores federais, que não descartam a possibilidade de manter a greve. Eles esperavam que o salário bruto passasse de R$ 7,5 mil para R$ 19 mil até 2009 para garantir a equiparação com o Ministério Público e a magistratura federal. Pela proposta do governo, ao final da carreira o salário não vai passar de R$ 17 mil nos próximos três anos. Não descartamos a possibilidade de continuar a greve até que o governo sinalize com uma perspectiva para os próximos anos, afirma o presidente da Associação Nacional dos Procuradores Federais (Anpaf), Roberto Giffoni.
O número
Salário
1,5 milhão
de servidores federais foram beneficiados com as medidas provisórias publicadas no fim de semana
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