A Receita e a Polícia Federal apertaram o cerco aos contrabandistas, falsificadores e sonegadores, mas as ruas lotadas de camelôs vendendo quinquilharias indicam que ainda há muito a ser feito. De janeiro a setembro, foram apreendidos nas fronteiras, portos e aeroportos do País R$ 360 milhões em mercadorias contrabandeadas, valor 30% maior do que o registrado em igual período de 2004. Só em Foz do Iguaçú (PR), fronteira com o Paraguai, o volume de apreensões dobrou, chegando a US$ 42,9 milhões.
Em setembro, a Delegacia da Receita em Foz bateu o recorde de apreensões em um único mês. Foram mais de US$ 7 milhões, o correspondente a um crescimento de 253,5% em relação às apreensões de setembro de 2004 (US$ 2,8 milhões).
“Estamos reorganizando o trabalho de repressão ao contrabando e descaminho, que tem sido bastante intenso e realizado de forma integrada com a Polícia Federal e Rodoviária, entre outros órgãos”, conta Mauro de Brito, chefe da recém-criada Divisão de Combate ao Contrabando e Pirataria da Receita Federal.
Criada em março, a nova divisão tem 150 técnicos trabalhando exclusivamente na repressão ao contrabando. Até então, as ações voltadas contra a entrada ilegal de produtos no País eram mais uma atividade dos fiscais. Além do quadro próprio de repressão ao contrabando, a Receita dispõe de R$ 900 milhões para investir nos próximos dois anos na modernização da atividade aduaneira em todo o País, o que incluirá a aquisição de equipamentos como scanners, lanchas, helicópteros e até aviões.
Cigarros e equipamentos de informática lideram a lista dos produtos mais apreendidos na fronteira com o Paraguai. De janeiro a setembro, o valor das apreensões de cigarros totalizou R$ 9 milhões, com crescimento de 71,5% em relação aos R$ 5,2 milhões de igual período de 2004. O valor dos equipamentos de informática apreendidos cresceu 157, 3%, atingindo R$ 7,8 milhões. No entanto, as apreensões de CDs virgens e brinquedos superaram as expectativas, com crescimento de 250% e 236%, respectivamente.
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