Jornal do Brasil
O ano de 2012 foi marcado por um movimento grevista sem precedentes, que atingiu diversas categorias do funcionalismo público. As paralisações tiveram início em 17 de maio com professores e funcionários técnicos-administrativos das universidades e institutos federais de educação superior. Ao todo, 58 das 59 instituições federais do país foram afetadas, sendo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) a única a ficar de fora.
Com o tempo, o movimento por aumento salarial e reestruturação de carreiras ganhou a adesão de órgãos do Poder Executivo, do Judiciário Federal e do Ministério Público da União. Estimativa da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) apontou que mais de 300 mil servidores entraram em greve no país.
As agências reguladoras suspenderam as atividades em julho. Já os servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União (MPU) decidiram entrar em greve, por tempo indeterminado, apenas no início de agosto em vários estados.
O Ministério do Planejamento calculou que, para atender todas as reivindicações, seria necessário desembolsar cerca de 92 bilhões de reais, um acréscimo de 50% da atual folha de pagamento. No entanto, afirmou que só aumentaria os gastos em R$ 14 bilhões, o que contribuiu para a intensificação dos protestos e manifestações. Os efeitos da greve eram sentidos em hospitais, universidades, portos, aeroportos, estradas e até na emissão de documentos, como carteiras de trabalho e passaportes.
Para conter o movimento, o governo ameaçou cortar o ponto de grevistas. O STJ autorizou a medida e pelo menos 11 mil servidores em greve ficaram com o pagamento comprometido. Eles só receberam os valores de volta depois de assinarem termo de reposição dos dias não trabalhados.
Apenas no mês de agosto as universidades começaram a aceitar o reajuste oferecido pelo governo, que variava entre 25% e 40% pelos próximos três anos, e decidiram pôr fim ao movimento que durou quase quatro meses. As demais categorias, porém, receberam proposta padronizada de reajuste de 15,8% ao longo de três anos, considerado insuficiente. Os servidores paralisados alegavam que a proposta não recuperaria as perdas salariais acumuladas ao longo dos anos. O acordo só foi aceito no fim de agosto.
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