Fonte: Agência Fenapef
O delegadco-chefe da Polícia Federal (PF) em Marília, Anílton Roberto Turíbio, criticou na tarde de ontem a postura do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal do Estado de São Paulo e da Federação Nacional dos Policiais Federais, que estariam incutindo entre os agentes, escrivães e papiloscopistas, a ideia de que os salários que recebem são baixos, semeando uma insatisfação que dificulta o trabalho das chefias.
VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA
Resposta às declarações do representante do Sindicato dos Policiais Federais SP
A Federação Nacional dos Policiais Federais e os sindicatos estaduais, representantes dos agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal tem incutido entre seus representantados (sic!) a idéia de que os salários que recebem são baixos. Com este argumento tem semeado uma insatisfação que atinge patamares nunca vistos e dificulta, sobremaneira, o trabalho das chefias dos órgãos da Polícia Federal. Em um país como o nosso de salários médios não superiores a R$ 1.350,00, os salários de agentes, escrivães e papiloscopistas vão de R$7.500,00 reais o inicial, escalonados até R$ 11.800,00, para policiais com 15 anos ou mais de serviço. Estes subsídios são os mais altos pagos a policiais no Brasil, excetuando-se os cargos de delegado de polícia e perito criminal federal. Maior, inclusive, que alguns estados pagam a delegados de Polícia Civil.
Na última greve os sindicatos radicalizaram, prejudicaram a sociedade, instituíram operação padrão em aeroportos e fronteiras, criando caos, só pararam por determinação judicial. Pediram, na época, reestruturação dos cargos e salários, o que representaria aumentos de mais de 100% sobre os subsídios indicados acima. A pedida foi tão grande que, caso atendida, os salários de agentes, escrivães e papiloscopistas seriam maiores que os pagos aos delegados e peritos da Polícia Federal.
Terminaram a greve sem aceitar o aumento proposto pelo governo e mudaram a extratégia (sic!). Instituíram o que chamam de cartilha da legalidade. As instruções colocadas na cartilha prejudicam os trabalhos ordinários de delegacias e superintendências, mas principalmente, inviabilizam os trabalhos das unidades de inteligência da Polícia Federal, muitas das quais já estão paralisadas ou com efetivos diminuídos. Só para se ter uma idéia da importância dessas unidades, nelas são desenvolvidas as grandes operações de combate a corrupção e ao tráfico de drogas.
Na semana passada, representantes do sindicato visitaram as delegacias do interior e samearam (sic!) mais um pouco de insatisfação, querem paralisar totalmente as unidades de inteligência, atingir a Polícia Federal e fazer dela, do governo e da sociedade reféns, para reivindicações descabidas de, sem concurso público, equiparar os cargos de agentes, escrivães e papiloscopistas aos cargos de delegado de Polícia Federal e perito criminal federal, para todos os efeitos, inclusive salariais e acabando com a hierarquia entre os cargos. Essas são, segundo o sindicato, as suas exigências mínimas, conforme o documento anexo.
Sou e sempre serei favorável a negociar, mas não posso crer que seja possível uma negociação séria com os sindicatos. Na época da greve, instituíram a operação padrão em aeroportos e fronteiras, fazendo refém a sociedade com o intuito de conseguir aumentos sem precedentes. Agora, dificultam os serviços ordinários e inviabilizam as grandes operações da Polícia Federal, para, com uma “faca no pescoço” dos dirigentes da polícia federal, aprovar uma reestruturação descabida.
DPF Anilton Roberto Turíbio, chefe da Delegacia de Polícia Federal em Marília (SP)
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