Delegado da PF garantiu que aparelho será usado na próxima semana. Objetivo é auxiliar o combate ao tráfico internacional de drogas.
Carolina Lauriano
A partir da próxima semana, um equipamento inédito no Brasil, que vai auxiliar a Polícia Federal no combate ao tráfico internacional de drogas, entra em funcionamento no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, subúrbio do Rio. O scanner corporal, ou “body scanner”, permite um raio-x do corpo inteiro do passageiro e é capaz de detectar drogas e explosivos ingeridos.
O aparelho não pôde ser ligado para que a equipe do G1 gravasse a reportagem, mas a PF garantiu que ele já foi testado e está totalmente apto para ser utilizado.
Para o scanner corporal do aeroporto carioca entrar em operação, só está faltando agora a instalação de divisórias, para que a pessoa não fique exposta ao passar pelo portal. Esse procedimento está sob responsabilidade da Infraero, que administra as instalações do aeroporto.
Além do Rio, as cidades de São Paulo, Manaus e Recife também receberam a máquina. A informação é do chefe da PF do Tom Jobim, delegado Alcyr Vidal. Segundo ele, apenas quem for considerado suspeito pela polícia é que vai precisar passar pelo scanner.
Scanners doados pelos EUA
Os scanners corporais foram doados pelo governo americano com o objetivo de auxiliar a fiscalização nos aeroportos brasileiros. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, a máquina chegou a gerar constrangimento quando foi inaugurada e levantou polêmica sobre a invasão da intimidade dos passageiros, já que o equipamento permite visualizar a pessoa “sem roupa”.
O delegado garantiu que a ação não vai gerar constrangimento aos passageiros e já faz parte dos planos de segurança para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que ainda tem como objetivo o combate ao terrorismo.
“A pessoa não tem que ter preocupação nenhuma. O que mostra ali é a estrutura corporal, mostra os ossos, os órgãos, não mostra a pessoa sem roupa, mostra o interior”, explicou.
Os procedimentos de investigação da PF não serão alterados. O aparelho irá auxiliar os policiais dentro de um trabalho de inteligência. “Vai ser garantida ao passageiro que for submetido a esse aparelho a privacidade. O policial está treinado e vai resguardar a integridade do passageiro, a sua privacidade”.
Nocividade
O índice de radiação emitida por um scanner corporal é o mesmo que o de um exame de raio-x. Os policiais que irão manusear a máquina foram treinados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear.
“Esse aparelho foi aprovado pela comissão e não representa perigo nenhum a saúde para quem for passar nele”, afirmou.
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