Não basta pedir paz. Para o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio,
Marcelo Itagiba, a sociedade civil deveria fazer um movimento corajoso pelo fim do
consumo de drogas como a maconha e a cocaína. Afinal, é a disputa entre traficantes
pelos principais pontos de venda de tóxicos que provoca boa parte dos problemas de
segurança da cidade.
– Por onde passa, a droga deixa rastros. O pobre viciado assalta para pagar o
traficante. O rico paga seu vício, mas alimenta o tráfico. O efeito colateral do uso
da droga vitima toda a sociedade, disse o secretário, em entrevista exclusiva ao
Globo On Line.
– As pessoas fazem passeata pela paz, mas não fazem uma propondo: vamos parar de
fumar maconha, vamos deixar de cheirar cocaína. Quando a droga era coisa de negro,
pobre, favelado, todo mundo queria que o consumo fosse crime. Hoje que ela é
consumida pelas elites, surge um processo hipócrita pela descriminalização, porque
não se quer ver as classes média e alta na cadeia, criticou Itagiba, que está há
nove meses no comando da pasta.
Antevendo possíveis críticas a suas posições, acrescentou que não diz isso com o
intuito de dividir a culpa dos problemas de violência na cidade ou de estigmatizar
os usuários de drogas.
– Acho que a sociedade deveria se preocupar mais com as causas da violência. Minha
função é atuar sobre as conseqüências. Quando falham a família, a escola, o sistema
de saúde, o problema estoura no PM da esquina”, desabafou o delegado licenciado da
polícia federal, que é formado em Direito e pós-graduado em Ciência Política.
Nota do SINDPOLF-SP: existem várias ONG's que defendem o desarmamento da sociedade
de bem e a 'descriminalização' das drogas.
ago
31
Comments are closed.