Sandro Lima
Da equipe do Correi
Fotos: Cadu Gomes/CB |
Carlos Moura/CB – 26/4/07 |
`Lula pode falar isso (um só candidato da base) e há sinceridade, mas também, com muita sinceridade, nós do PT vamos lutar para ter candidato do partido` Arlindo Chinaglia (PT-SP), presidente da Câmara |
Lula reclamou que a atual legislação permite que categorias possam ficar meses de braços cruzados e recebendo salários. “O que não é possível, e nenhum brasileiro pode aceitar, é alguém fazer 90 dias de greve e receber os dias parados, porque, aí, deixa de ser greve e passa a ser férias”, afirmou. O projeto prevê que para deflagrar uma greve pelo menos dois terços da categoria têm que participar da assembléia. Em todos os setores, 40% do serviço têm que ser mantidos. A greve também tem que ser comunicada às autoridades 48 horas antes de deflagrada. Com esstas medidas, o governo pretende coibir abusos na paralisação de serviços essenciais, como saúde e transportes.
“Quando o setor de saúde entra em greve, sobretudo a aérea de pronto-socorro, quem paga, as vítimas são os pobres, porque os ricos não vão em pronto-socorro e não vão a hospitais públicos. Quando nós fazemos uma greve no ensino fundamental, não tem filho de rico no ensino fundamental público, só filhos dos pobres. Quando nós fazemos uma greve no metrô ou no ônibus, quem paga são os pobres que têm que trabalhar de manhã, não são os ricos que pegam ônibus”, reclamou Lula.
Na entrevista, o presidente disse que a greve no setor público não deve ser feita como se faz na iniciativa privada. A greve de professores não pode ser feita como se faz numa fábrica, porque quando nós fazemos uma greve numa fábrica, quando um trabalhador faz uma greve num comércio ou numa fábrica, o que ele está fazendo? Ele está tentando causar um prejuízo econômico ao patrão, para que o patrão possa ceder às suas reivindicações e, aí, ele voltar a trabalhar. No caso do servidor público não tem patrão e o prejudicado, na verdade, não é o governo, é o povo brasileiro”, afirmou.
NEGOCIAÇÃO NO IBAMA
Deputados de oposição e da Frente Ambientalista vão propor à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante café da manhã de hoje na Câmara, a retirada da MP 366 que reformulou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e criou o Instituto Chico Mendes. O objetivo é abrir negociação com os 6,4 mil servidores do instituto em greve desde segunda-feira, insatisfeitos com a reforma na autarquia. “A crise no setor piora ainda mais a situação ambiental brasileira”, argumentou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). A associação dos servidores vai entrar com ação na Justiça pedindo a revogação da liminar que obriga o comparecimento de pelo menos 50% dos servidores do Ibama ao serviço. A direção do instituto não fez uma avaliação dos efeitos da greve que paralisou o setor de licenciamento em Brasília, o mesmo que analisa os pedidos de licenciamento para grandes obras de infra-estrutura.
Queremos regulamentar o contrato coletivo de trabalho para garantir ao servidor público que ele seja tratado democraticamente.O que não é possível, e nenhum brasileiro pode aceitar, é alguém fazer 90 dias de greve e receber os dias parados, porque, aí, deixa de ser greve e passa a ser férias |
Quando eu determinava uma greve, eu sabia que era uma disputa em que eu podia ganhar e podia perder. Mas algumas categorias entram em greve e ficam 40, 50, 60, 80, 90, 100 dias de greve e recebem o pagamento. Você pode chamar isso de greve? Não. Isso, na verdade, são férias, na minha concepção sindical |
Todo cidadão, católico ou não, cristão ou não, sabe que existe no Brasil uma quantidade exagerada de jovens, de pessoas que praticam abortos, porque tiveram uma gravidez indesejada. Ora, quando essas pessoas se encontram nessa situação, o poder público faz o quê? Abandona? Ou o Estado intervém para ajudar essas pessoas a terem um tratamento adequado? Eu defendo que o Estado dê um tratamento adequado |
Daqui para a frente vamos ter um programa especial para a juventude, uma proposta para segurança pública, uma proposta para a agricultura e proposta para as indústrias |
Comments are closed.