Fonte: Agência Sindipol/DF
Tema ganha lugar de destaque nas menções e a sociedade apresenta altas taxas de insatisfação com os serviços do segmento.
Segurança pública está entre os assuntos mais procurados no Facebook e Twitter, levando em consideração as postagens públicas dos perfis, de acordo com o monitoramento da Diretoria de Análises e Políticas Públicas (Dapp), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e ultrapassa pautas sobre educação e saúde, necessidades básicas para o bom desenvolvimento da sociedade. A insatisfação dos cidadãos também cresceu, conforme o estudo, em relação aos serviços públicos oferecidos na área de segurança. Em outubro do ano passado, uma pesquisa pública revelou que 76% dos entrevistados se disseram muito insatisfeitos ou insatisfeitos. Esse número subiu para 82%, em abril de 2015. O percentual dos que se declaram muito satisfeitos ou satisfeitos caiu de 14% para 9%.
O estudo, apresentado no 9º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no Rio de Janeiro, realizado no mês de julho, entre os dias 28 e 31, destaca que as menções a respeito da segurança no País aumentam regularmente e gradativamente. Crimes de roubo e homicídio estão no ranking dos mencionados por internautas de cinco estados e do Distrito Federal.
No dia 28 de julho, o monitoramento da Dapp registrou mais de 49 mil menções à segurança pública, seguido por protestos, com 23 mil menções, educação, com 14 mil, e corrupção, com 13 mil menções. Os menos mencionados foram saúde, com 12 mil postagens, e transportes, com apenas mil.
O Rio Grande do Sul registrou a taxa de 57,9% de menções de roubo. Já o Distrito Federal apresentou a taxa de 32,7% de postagens sobre homicídios, o maior dado entre os estados que aparecem no monitoramento, e em Minas Gerais as menções sobre estupro alcançaram 16,37%.
Ano passado, nos primeiros meses, publicações sobre o tema alcançaram o quantitativo de 40 mil por dia, à frente da educação. No fim do sexto mês, eram mais de 60 mil menções diárias. Essas altas taxas de citações sobre segurança pública são ainda associadas às palavras educação, escola e governo, grandes preocupações do povo brasileiro.
Nota-se não apenas o interesse da sociedade nas atividades de segurança pública, mas um engajamento. O monitoramento não garante o debate, mas a difusão da informação tem sido proporcionada pelos meios. Demonstra-se, também, que os discursos são variados, entre apoiadores ou não, das medidas de repressões aplicadas no País.
Há um acúmulo de temas voltados aos setores da segurança e aos profissionais da área. A população precisa atentar às brechas que garantem a impunidade no Brasil e o descaso com as forças policiais, que deveriam ser adequadamente equipadas, para conter a criminalidade e atender da melhor maneira possível cada cidadão. Nisso consiste a importância do compartilhamento e a disseminação da pauta segurança pública no Brasil.
Fato é que temos uma insatisfação altíssima e devemos buscar soluções nas boas práticas de países que obtêm êxito nessa prestação. A busca da desburocratização da metodologia investigativa, ingresso único nas carreiras policias fomentando a meritocracia, a busca pelas provas e autoria como foco principal e limitadores de recursos processuais penais podem ser um bom início para uma segurança mais efetiva.
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