O site do candidato à presidência da república, José Serra, anunciou no início da madrugada desta quinta-feira, 30, que o candidato conquistara o apoio dos funcionários públicos de carreira (carreiras típicas de estado) entre estes os delegados de Polícia Federal. Ocorre que, com a mesma velocidade que o apoio foi anunciado no site, foi retirado. Do apoio só ficou um link vazio veja: http://serra45.com.br/noticia.asp?urldest=serra-recebe-apoio-de-funcionarios-publicos-de-carreira.
É público e notório que grande parte dos delegados da Polícia Federal apóiam o candidato tucano por verem nele a possibilidade de manter na PF uma matriz de segurança pública baseada na burocracia do IPL. Aqui mesmo neste site, o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcos Wink, registrou, em um artigo, a preferência da categoria pelo tucano: “O discurso de reduzir a PF a uma máquina de produzir e tocar inquéritos policiais é, sim, projeto da “república dos delegados”. Nesse sentido, não restam dúvidas de que alguns dos atuais mandatários da Polícia Federal estão atuando nos bastidores da montagem do plano de governo de Serra, no que tange à segurança pública.”
Fica a pergunta: por que a matéria, ilustrada por uma foto de José Serra sentado na mesma mesa que o atual presidente da ADPF, Reinaldo de Almeida Cesar, foi retirada do site da campanha do candidato? O apoio dos delegados e de outras carreiras não deve ser divulgado? O apoio alardeado pelo site Serra45 não passou de um delírio?
Independente da resposta (se é que um dia ela será dada) a Federação Nacional dos Policiais Federais, representante de milhares de servidores com carreira típica de estado, não estava representada em tal encontro e, portanto, não chancelou qualquer apoio à candidatura tucana ao Planalto. “A ADPF não representa todos os cargos da carreira típica de estado na Polícia Federal”, diz Wink.
Há muito pouco tempo a Polícia Federal da era FHC entrou em processo de empobrecimento e chegou à beira da falência. Diárias eram pagas com atraso de oito meses e policiais custeavam as operações com recursos próprios. Postos de combustíveis não mais abasteciam viaturas, devido ao acúmulo de dívidas. Eram frequentes as ameaças de suspensão dos serviços de energia elétrica, de abastecimento de água e de telefonia, além de ações de despejo, por falta de pagamentos de aluguéis das sedes de algumas unidades.
Não queremos essa época de volta ao nosso cotidiano. O que queremos agora são respostas.
Fonte: Agência Fenapef
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