Mariana Flores
Da Equipe do Correio
Marcelo Ferreira/CB – 4/4/06 |
Para Josemilton Costa, da Condsef, modificação é temerária |
Iano Andrade/CB – 21/6/06 |
Manifestação de Policiais federais: reajuste foi obtido em 2006 após paralisação no primeiro semestre |
A vantagem é que as gratificações passam a ser definitivas, a paridade entre ativos e aposentados fica mantida e a remuneração se torna uniforme, segundo os defensores dessa forma de pagamento. Por outro lado, servidores mais antigos que acumularam vantagens ao longo dos anos podem ficar com os subsídios congelados até que a parcela complementar — os direitos acumulados — seja completamente absorvida por novos reajustes concedidos à categoria. O mesmo ocorre com as vantagens pessoais advindas de decisões judiciais. Mas apenas a minoria contava com os benefícios no caso da PF, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Delegados da PF, Joel Mazo.
A mudança não representa perda salarial, os servidores apenas deixam de receber integralmente os aumentos concedidos à categoria. Parte dos policiais federais, por exemplo, não recebeu totalmente os 30% concedidos este ano, de acordo com o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink. O reajuste foi obtido após manifestações e paralisações realizadas no primeiro semestre do ano passado. “O aumento anunciado variou muito de pessoa para pessoa, os mais antigos perderam mais, porque tinham anuênios incorporados. Em média, a folha aumentou em torno de 20%”, afirma.
O principal benefício, segundo representantes dos funcionários do BC e dos auditores, é o fim do pagamento com gratificações, principal crítica dos servidores. Os auditores decidiram em assembléia lutar pela mudança, mas as negociações com o governo ainda não avançaram. “Hoje temos uma remuneração que está atrelada ao desempenho do órgão, por meio da gratificação. Mas o nosso esforço independe da arrecadação do governo, não é só o trabalho do auditor que influencia. Com o subsídio passamos a ter uma segurança remuneratória”, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Unafisco Sindical), Pedro Delarue.
No BC, a alteração ainda está sendo discutida entre a categoria, que deve definir até o fim desta semana se vai levar a reivindicação ao governo. Mas o sindicato é favorável. “O subsídio ajudaria a corrigir as distorções e ficaria preservada a paridade entre ativos e aposentados. Temos a expectativa de ter aprovação”, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal), David Falcão. Mas a posição não é uniforme entre os servidores. “É temerária a mudança. Se fosse boa, o governo não estaria implementando. O governo não faz nada para favorecer o trabalhador”, contesta o secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa.
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