Por Valacir Marques Gonçalves
Eu já conhecia esse título, era um pouco diferente e dizia: “muito prazer, meu nome é otário”. Não me considero otário, mas estou triste. Foi um fim de semana daqueles, o nosso Brasil perdeu de novo pra França; aquele “maldito” careca argelino (sem preconceito) se intrometeu de novo nas nossas vidas. Sei que muitos não gostam de futebol, certamente dirão que existem coisas mais importantes para nos preocuparmos. Mas, peço licença – eu amo o futebol. Sofri – pra caramba -, como diria aquele poeta careca e levemente obeso, com a desclassificação do nosso time. Para completar a semana, tomei conhecimento das Medidas Provisórias que reajustaram nosso salário.
O que está acontecendo conosco? Sofrer com o futebol é aceitável, mas nem quando nosso salário é reajustado consigo ficar feliz, há sempre um porém. Esse aumento foi negociado à exaustão, nos deixaram insones e preocupados meses a fio até completar ano. Até amigos perdi por criticar o tal GERC – hoje, me chamam de ex-amigo. Sinto pelos amigos, mas mantenho minha crítica: considero o GERC algo espúrio, que serviu para enfraquecer nossas entidades de classe, impondo um silêncio inaceitável, em que qualquer tentativa de diálogo era tida como uma iniciativa que poderia “atrapalhar” as negociações.
Não consigo entender porque uma categoria de nível superior, tal qual um aglomerado inexpressivo, composto por pessoas sem instrução, foi obrigada a ficar calada, esperando que resolvessem tudo. Sei que foi lhes dado o direito de agir em nosso nome, mas não precisavam agir como nossos tutores. Agora só posso dizer que estou triste com esse desfecho. Estou quase a gritar: chega de aflição, estou cansado com tudo isso.
Todos sabem que estamos diante de Medidas Provisórias cheias de surpresas, não esperadas por ninguém, algumas inaceitáveis, difíceis de serem digeridas. O subsídio era uma possibilidade? De que maneira seria implantado? Haveria possibilidade de acabarem com todas nossas conquistas, algumas obtidas via judicial? São muitas questões que precisavam e deveriam ser debatidas por todos. Não acho que temos de estar totalmente satisfeitos, respeito quem está e também os que não estão, mas estou convencido de que devemos parar pra pensar.
Os componentes do GERC informam que estão analisando as medidas, que estão estudando o que pode ser mudado. Desta vez, pelo menos, estão nos informando, estão dizendo a todos o que consideram errado e o que vão lutar para que seja modificado. Precisamos discutir ponto a ponto e reclamar com uma base sólida, com argumentos convincentes. Precisamos esmiuçá-las, chegar num consenso, coisa que o GERC pode fazer, pois tenho certeza que seus componentes são pessoas bem intencionadas, apenas por algum tempo, acharam que poderiam resolver tudo sem dar satisfação a ninguém. Desta vez parece que é diferente, já é um avanço. Só um pedido, de ex-amigo, parem de dizer que qualquer crítica é sempre de gente que torce contra o aumento – podem ficar certos, se existir esse tipo de gente precisa ser internado com urgência. Não esqueçam nunca, A POLÍCIA FEDERAL SOMOS NÓS!
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