O debate, no Senado Federal, abordou diferentes efeitos desencadeados pela Operação Carne Fraca, como danos à indústria nacional e à imagem da Polícia Federal
A “falta de tato” e a “espetacularização” da Operação Carne Fraca foi criticada pelo presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (SINDIPOL/DF), Flávio Werneck, em Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal. Realizado nesta terça-feira, o bate-papo discutiu os efeitos da Operação para a indústria alimentícia ligada à carne.
“Vou reforçar o apoio incondicional aos investigadores e a investigação que se deu. O que houve foi uma falta de tato, um erro. Todas as estruturas policiais mundo afora tem uma comunicação social estruturada; não é o chefe da investigação que vem a público para informar sobre uma Operação”, criticou Flávio. Para ele, o que ocorre no Brasil hoje é uma busca por uma autopromoção que prejudica as investigações e, consequentemente, abre espaço para a impunidade. “A Operação é apresentada a mídia como se fosse o fim da investigação e são apresentados um rol de culpados que sequer foram julgados. Esse foi o problema da Operação Carne Fraca. Só que aconteceu de uma maneira mais agressiva, ofendendo toda uma cadeia produtiva”, explicou.
A área emprega mais de 6,7 milhões de trabalhadores e, em 2016, movimentou US$ 400 bilhões para a economia brasileira. Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o impacto da Operação Carne Fraca será de R$ 1 bilhão apenas nestes dois primeiros meses que sucederam a divulgação. Esses efeitos foram os mais debatidos pelos representantes do setor privado, do governo, de servidores e trabalhadores.
Comments are closed.