Vera Rosa
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SÃO PAULO – Ao que tudo indica, após meses de indefinição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve começar a parte principal da reforma ministerial na sexta-feira, 16. No mesmo dia, o atual ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, assumirá a pasta da Justiça, substituindo Márcio Thomaz Bastos. A inclusão da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy no primeiro escalão do governo também parece estar definida. Na terça-feira, 13, ela disse a emissários do presidente que aceita assumir o Ministério do Turismo, no lugar de Walfrido Mares Guia, que passará a ocupar a cadeira de Tarso. No mesmo dia, empresários do setor de construção civil confirmaram que o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, deve deixar o governo. Reunidos na Feira Internacional da Indústria da Construção (Feicon), eles disseram que Lula procura alguém com um perfil “desenvolvimentista” para substituir Furlan. O governo encontrou também uma solução para incluir o PDT no novo Ministério. Na terça-feira, em nome de Lula, Tarso convidou oficialmente o presidente do PDT, Carlos Lupi, para assumir a pasta da Previdência.
Nesta quarta-feira, 14, Lula se reúne com o presidente do PMDB, Michel Temer, e com o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves. A bancada de deputados reivindica o Ministério da Agricultura, hoje controlado pelo PT. Essa seria a quinta pasta cedida ao partido aliado.
Por enquanto, o PMDB já garantiu o Ministério da Saúde, que ficará com o médico sanitarista José Gomes Temporão, e o da Integração Nacional, que será comandado pelo deputado Geddel Vieira Luma. Devem permanecer na equipe de Lula os ministros Silas Rondeau, de Minas e Energia, e Hélio Costa, das Comunicações, ambos indicados pelos senadores peemedebistas.
Durante todo o processo de formação do novo Ministério, Lula manteve fora de cogitação qualquer mudança na equipe econômica e na dupla de ministros Dilma Rousseff, da Casa Civil, e Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Também permanecem no primeiro escalão do governo os ministros das Cidades, Márcio Fortes, e da Educação, Fernando Haddad. As duas pastas eram visadas pelo grupo que apóia Marta, mas a primeira está com o PP, que não aceita ceder a vaga, e a segunda tem como titular Haddad, muito elogiado por Lula.
O PR deve continuar com o Ministério dos Transportes, que será comandado pelo senador Alfredo Nascimento, que volta ao cargo após ter se afastado para disputar as eleições, no ano passado. Para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Lula ainda não decidiu se aceitará a indicação do petista Walter Pinheiro.
(Colaboraram Chiara Quintão e Jander Ramon)
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