Carlos Alberto Fruet, PORTO ALEGRE
O ministro da Justiça, Tarso Genro, rebateu ontem declarações da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, sobre a crise em seu governo. Em entrevistas no fim de semana, ela disse que vê uma conspiração para desestruturar seu governo e reclamou da atuação da Polícia Federal, que é subordinada a Tarso, na apuração da fraude de R$ 44 milhões no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), também investigada por uma CPI da Assembléia Legislativa.
“A governadora se mostra excessivamente tensa e vulnerável. Os alvos que ela tem buscado atingir são equivocados”, disse Tarso,
Em entrevista ao Estado, publicada ontem, Yeda reclamou que o superintendente da PF, Ildo Gasparetto, só fala do Rio Grande do Sul, mas a investigação do Detran começou com um contrato com a Universidade Federal de Santa Maria. “Ele só fala das questões estaduais. Chama para entrevista, faz o diabo.” Segundo ela, “o ambiente se radicalizou exatamente pelo caráter de edição que se tem dado a parte do resultado da investigação da PF”.
“Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A atuação do delegado Gasparetto foi limpa e transparente”, reagiu o ministro. “Repito que é um equívoco esse comentário da governadora Yeda. O que a PF apurou foi aceito pelo Ministério Público, tanto que 40 pessoas foram indiciadas no caso Detran.”
Tarso também rebateu comentários de Yeda feitos à revista Veja sobre a vinculação com sua filha, a deputada Luciana Genro (RS), e o pedido de impeachment feito por seu partido, o PSOL, na semana passada. O ministro, que é do PT, disse que aí também são duas coisas diferentes: “Adoro minha filha, mas isso não me impede de divergir sobre o que seu partido fez. Eu, pessoalmente, discordo dessa atitude. Acho que não é esse o caminho.”
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