Caros Policiais e Administrativos;
É com muito pesar que comunico aos senhores a instituição de algo que poderia responder pelo singelo pseudônimo de AI-5/DPF. E com um requinte de crueldade jamais visto. Para um melhor entendimento, devo apresentar, para reflexão, conceitos de violência e terrorismo.
Antes, gostaria de relembrar a todos que somos servidores públicos estatutários, civis! Pseudomilitarismo é teratologia que ora se apresenta.
1 – VIOLÊNCIA
“…uma realização determinada das relações de força, tanto em termos de classes sociais quanto em termos interpessoais. Em lugar de tomarmos a violência como violação e transgressão de normas, regras e leis, preferimos considerá-la sob dois outros ângulos. Em primeiro lugar, como conversão de uma diferença e de uma assimetria numa relação hierárquica de desigualdade com fins de dominação, de exploração e de opressão. Isto é, a conversão dos diferentes em desiguais e a desigualdade em relação entre superior e inferior. Em segundo lugar, como a ação que trata um ser humano não como sujeito, mas como uma coisa. Esta se caracteriza pela inércia, pela passividade e pelo silêncio, de modo que, quando a atividade e a fala do outrem são impedidas ou anuladas, há a violência.
Consideramos haver diferença entre a relação de força e a de violência (ainda que esta seja uma realização particular daquela). A pura relação de força visa em última instância, a aniquilar-se como relação pela destruição de uma das partes. A violência, pelo contrário, visa a manter a relação mantendo as partes presentes uma para a outra, porém uma delas anulada em sua diferença e submetida à vontade e à ação da outra. A força deseja a morte ou supressão imediata do outro. A violência deseja a sujeição consentida ou a supressão mediatizada pela vontade do outro que consente em ser suprimido na sua diferença. Assim, a violência perfeita é aquela que obtém a interiorização da vontade e da ação alheias pela vontade e pela ação da parte dominada, de modo a fazer com que a perda da autonomia não seja percebida nem reconhecida, mas submersa numa heteronímia que não se percebe como tal. Em outros termos, a violência perfeita é aquela que resulta em alienação, identificação da vontade e da ação de alguém, com a vontade e a ação contrária que a dominam. (CHAUÍ, 1985, p. 35).”Necessitava apresentar o conceito acima para que fiquem bem claras, transparentes, as últimas atitudes tomadas pelos gestores do DPF. As remoções sem critério e comunicação pessoal, a chuva de PAD’s, o fim de um sistema que prima pela eficiência e impessoalidade – leia-se cartório central –, a negativa do reenquadramento, corte de ponto, dentre outros, são classificados doutrinariamente como VIOLÊNCIA. No caso do nosso órgão ela vem se tornando PERFEITA (resultando em alienação e afastamento do servidor da sua representação, aniquilando, anulando os servidores não delegados).
Policiais e administrativos; a Direção geral apresenta uma ideologia poderosa, onde o servidor ND acaba por assumir posição inferior que na realidade não ocupa. Tece considerações sobre a suposta hierarquia e disciplina que, na verdade, apresentam-se como ofensa aos princípios do direito administrativo e abuso de autoridade.
2 – TERRORISMO
Saint-Pierre apresenta o terrorismo como:
“uma ação violenta que procura, mediante a espetaculosidade do ato, provocar na população uma reação psicológica de medo, um pavor incontrolável, o terror”
E apresenta suas mazelas para a vítima, notadamente no plano psicológico:
“Tendo como propósito destruir a moral de suas vítimas, a violência do terrorismo se realiza no âmbito psicológico do indivíduo. Seu efeito, procurado ou não, é uma disposição psicológica: o terror, isto é, um pavor incontrolável. Esta característica subjetiva constitui um dos problemas centrais na hora de defini-lo. O medo é um fenômeno subjetivo e não há como determinar objetivamente um limite único a partir do qual o medo deixa lugar ao terror. Esse limite dependerá sempre de fatores pessoais, funcionais, históricos e culturais … (SAINT-PIERRE, 2005)”
Os conceitos acima me levam a crer que somos “vítimas estratégicas”, ou seja, grupo de pessoas vitimadas em função de uma característica em particular, o que nos coloca como possíveis alvos em futuros atentados (pode escolher o meio). Todos somos um alvo em potencial dos desmandos dos déspotas. Estamos nos tornando presas do pânico – o que constitui uma das estratégias do terrorismo.
Para que não seja mal interpretado ou mesmo que solicitem minha presença na junta médica para avaliação de sanidade mental (ih…esse começo de parágrafo me torna um dos contaminados pelo pânico?), relembro que alguns estadistas do nosso passado recente utilizaram-se de tais artifícios para controle de massa; cito os mais proeminentes: Josef Stalin, na União Soviética, e de Adolf Hitler, na Alemanha. Seus regimes se caracterizavam pelo uso da violência e da força para a manutenção da ordem social, com a execução dos opositores ao sistema de governo. Alguma semelhança?
Em suma; as retaliações recentes, o fim do cartório único, a desídia com que foi tratado o reenquadramento, as recentes remoções, são provas da violência psicológica a que estão sujeitos os servidores Não Delegados do órgão e têm, por escopo, a manutenção do poder pelo terrorismo organizacional. O pior de tudo: esta ditadura é autofágica. Servidores capacitados saem dos quadros do DPF em busca de um dia-a-dia digno dentro de uma Republica Federativa chamada Brasil. No melhor estilo “Nostradamus” – a decadência está batendo à porta do DPF!! VIVEMOS UM SISTEMA ORGANIZACIONAL DE EXCEÇÃO!!! DEMOCRATIZAÇÃO DO DPF JÁ!!!
Por fim, tenho que tecer minhas homenagens a um grande guerreiro que está conseguindo a dignidade e respeito com que lhe faltaram os gestores do DPF. Tenho certeza que todos sentiremos sua ausência nas fileiras pela busca da coragem e justiça não só para a Instituição, mas para o todo o País. Não é esta segurança pública que quero deixar para os meus filhos, minha família e meus amigos.
AXÉ!!! PIMENTA NOS OLHOS DOS OUTROS É REFRESCO!!!!!!!
Não pergunte o que o seu país pode fazer por você.
Pergunte o que você pode fazer pelo seu país.”
John F. Kennedy
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