Fonte: Agência Sindipol/DF
Policiais federais do Acre vão trabalhar de ônibus e não são ônibus da corporação, são intermunicipais. As viaturas estão suspensas para contenção de gastos devido à crise financeira pela qual o País está passando e à elevação dos custos para manutenção de viaturas, conforme a superintendência da Polícia Federal. Mas a verdade é que R$ 5,4 milhões são gastos, por ano, com remoções de servidores por ofício. Ajudas de custo individuais, com passagens e transporte de móveis, alcançam a marca dos R$ 69 mil.
Lá no Acre, agora, os policiais colocam a vida em risco, além de ir contra os procedimentos de segurança prescritos na doutrina policial, conforme denúncia de um dos agentes. Enquanto isso, a mesma superintendência teria gasto R$ 70 mil com ajudas de custo, transporte de mobiliários e bagagens, a um delegado em transferência, ainda segundo denúncias confirmadas pelo presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Acre (SINPOFAC), Franklin Albuquerque.
De acordo com informações obtidas pelo Correio Braziliense, no ano de 2014, “dos mais de 200 profissionais transferidos internamente no Brasil, entre agosto de 2012 e junho de 2013, 20% embolsaram individualmente mais de R$ 50 mil”. Os gastos de R$ 69 mil com dois delegados somavam 10% do que a polícia pretendia investir, no ano passado, no Centro Integrado de Inteligência Policial e Análise Estratégia (CINTEPOL).
Requisitos para transferências de ofício são regulados pela Instrução Normativa nº 64/2012, definidas pela direção-geral da Polícia Federal, em última instância. Segundo o órgão, a remoção é realizada para ocupação de função gratificada, incluindo chefias de Direção e Assessoramento Superior (DAS), e somam apenas 18% do total de remoções realizadas, número considerado baixo para a PF.
Os delegados estão no ranking das remoções por ofício, chegando a 7%, entre 2012 e 2013. Já entre os peritos, o índice é de 2,7% e entre escrivães, papiloscopistas e agentes, não mais que 0,6%. E os destinos preferidos são Brasília, Natal, São Paulo, Curitiba e Florianópolis. Não estão na lista dos locais mais procurados os que definitivamente necessitam de efetivo.
Diz-se natural que os policiais se locomovam de ônibus no Estado do Acre, enquanto determinados segmentos viajam de avião pelo País, já que o combustível está mais caro, entre outras desculpas. A desvalorização da vida do policial e a não garantia da sua própria segurança, na contramão das regalias dadas às demais classes dentro da mesma Polícia Federal, colocam em jogo o que realmente importa. A quem interessa uma polícia íntegra, com funcionamento adequado e preparo para atender à sociedade? Ou melhor, a quem não interessa?
Fontes:
PF proíbe uso de viaturas e agentes terão que fazer diligências no interior do Acre de ônibus
Uma conta salgada: PF gasta R$ 5,4 milhões em um ano com remoções de servidores por ofício
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