Edson Luiz
Da equipe do Correio
Uma reunião, provavelmente ainda esta semana, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, deverá decidir a sucessão na instituição. O diretor, que cogitou sair junto com o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, mas desistiu diante do convite feito pelo atual ministro Tarso Genro, em março passado, negou ontem que estaria insatisfeito e pretendendo entregar o cargo.
Considerado como um dos órgãos públicos que mais deu visibilidade positiva para o governo, a Polícia Federal passou a ser alvo de disputas entre delegados, a partir de fevereiro deste ano, quando Thomaz Bastos deixou o Ministério da Justiça. Pelo menos quatro pessoas foram colocadas como prováveis candidatos, gerando uma briga interna. Para evitar os confrontos, Tarso Genro decidiu manter Paulo Lacerda.
“Tudo que está se colocando não passa de boatos”, afirmou Lacerda, referindo-se às notícias de que esteja insatisfeito em sua função. “Nunca falei nada com ninguém sobre este assunto”, acrescentou o diretor-geral da PF. Na semana passada, durante um almoço com delegados, alguns dos presentes notaram que Lacerda demonstrava impaciência, mas confirmam que o assunto não foi tratado na mesa.
No início do ano, o nome do atual diretor-executivo da PF Zulmar Pimentel estava sendo cotado como sucessor natural de Lacerda. No entanto, dossiês vazados para a imprensa denunciavam que sua filha chegou a fazer uma viagem de carona no avião da PF. Outro motivo que atrapalhou a candidatura de Pimentel foi o afastamento de suas atividades, por 60 dias, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pois havia suspeita de que ele teria avisado a um delegado que o policial estava sendo investigado. Pimentel voltou às suas funções.
Cotações
Outro nome cogitado na época foi o de Renato da Porciúncula, diretor de Inteligência Policial, gaúcho como Tarso Genro e dirigente de um dos setores mais destacados dentro da PF. As denúncias contra Pimentel foram atribuídas a pessoas ligadas a Porciúncula, o que é negado pelo diretor de Inteligência Policial. Hoje, sua cotação é menor, diante do fortalecimento do secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, que comandou o esquema de segurança dos Jogos Pan-Americanos.
Além deles, pelo menos dois outros nomes, que corriam por fora, o do superintendente da PF em São Paulo, Jaber Saadi, e do diretor de Combate ao Crime Organizado, Getúlio Bezerra. Em ambos os casos, eles também figuraram, na época, como alternativas para evitar o clima de disputas dentro da Polícia Federal. Preferido pela cúpula do Ministério da Justiça, no ano passado, o ex-superintendente da PF em São Paulo Geraldo Araújo também chegou a ser cogitado. No entanto, Araújo preferiu voltar para o Pará, onde hoje dirige a PF.
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