Hoje, a Polícia Federal completa 69 anos. Gostaríamos de poder comemorar esta importante data com festa e alegria. Mas não vai ser possível. A atual situação do Departamento de Polícia Federal não permite isto.
Nada temos a comemorar! O ano de 2013 tem fundamental importância para a instituição, no que diz respeito à sua refundação. A urgente e inadiável reestruturação será o marco que definirá a sobrevivência da Polícia Federal como instituição. A correção das graves distorções funcionais e administrativas é, portanto, a base para a pacificação entre as diversas categorias que antes integravam o que chamavam a ‘família policial federal’.
Embora a PF tenha muitas glórias e feitos importantes, nesta quadra, os servidores têm passado por problemas de toda ordem, sobretudo salarial e funcional. E esses problemas têm se agravado ao longo dos anos.
Como os servidores irão comemorar mais este aniversário, se são desrespeitados diuturnamente no Departamento?
Salário defasadíssimo, precárias condições de trabalho, relações de trabalho cada vez mais deterioradas, assédio moral, processos disciplinares absurdos são o que o DPF tem oferecido para os seus servidores ao longo dos últimos anos.
Trata-se de um paradoxo que precisa mudar. Enquanto a sociedade enxerga a PF e seus servidores como excelências no serviço público, com índices de aprovação pela população que batem recordes todo ano; os servidores se desdobram para superar os problemas que o órgão negligencia olimpicamente.
A greve de 2012, que durou 70 dias, e cujas reivindicações não foram atendidas até hoje, demonstra o descaso do governo com esse segmento do funcionalismo. Um dos segmentos deste órgão tem todas as benesses, enquanto os outros são ignorados de maneira acintosa e desrespeitosa. Isto, evidentemente tem levado os servidores a situações desesperadoras.
Os métodos de direção remontam ao período da Ditadura Militar. As relações entre os servidores e o DPF são regidas por regras ultrapassadas e obsoletas. As modernas técnicas de administração impõem a aplicação de novas normas de conduta, que permitam que a inteligência viceje e oxigene o sufocante ambiente do DPF.
Queremos, sinceramente, que no próximo ano, quando o Departamento completar sete décadas, que estas críticas já tenham sido ouvidas e as reformas e reestruturações já estejam em curso. De modo a nos fazer olhar para trás e dizer que valeu a pena a luta que ora empreendemos.
Estamos otimistas em relação à solução das demandas não resolvidas que atravancam o Departamento, pois a união da categoria nos permite lançar esse olhar generoso. Nosso amor pela profissão e a crença que juntos poderemos superar toda essa crise têm nos permitido continuar essa caminhada.
Para os servidores
Todas estas críticas nos deixam com um gosto amargo na boca, mas elas precisam ser feitas. Não podemos fingir que nada está acontecendo, pois esses problemas não irão se dissipar se simplesmente o ignorarmos. Não é assim que as coisas funcionam.
Só iremos avançar sobre a crise porque passamos se a enfrentarmos juntos, com inteligência, ousadia, organização, e, sobretudo, com a altivez de quem acredita que é possível vencer. Esse sentimento tem que estar colado com nossas organizações – os sindicatos em cada estado e a Federação, que une toda essa organização para levar a cabo nossos projetos.
Esses são os sentimentos que propusemos neste dia que deve ser de indignação organizada e não de falsas comemorações, pois diante da decrepitude do DPF queremos aplicar-lhe um rejuvenescedor, antes que seja tarde e para que possamos comemorar como a data merece.
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