Fonte: R7
Uma pessoa acorda e percebe que foi roubada. Ao tentar se lembrar de seus passos nas últimas horas, não consegue. O relato é comum a vítimas do “Boa Noite, Cinderela”. Apesar de conhecido, o golpe ainda faz vítimas no Rio de Janeiro, sobretudo, em pontos turísticos, boates e bares noturnos.
No sábado passado (16), um dos diretores do filme 5X Favela: Agora por Nós Mesmos, Cadu Barcellos, diz acreditar ter sido vítima do golpe na praia de Ipanema (zona sul). Ele não chegou, contudo, a ser assaltado, graças a uma amiga que o reconheceu – passando mal – entre suspeitos e o amparou.
Homens ou mulheres seduzem a vítima para roubá-la. Oferecendo uma bebida com uma substância sedativa e hipnótica que estimula o sono rapidamente, eles extraem do alvo informações sobre a vida da vítima e seus pertences.
O chefe de investigação da Delegacia de Ipanema (13ªDP), Alexandre Vieira, alerta que é importante atentar para aproximações de estranhos, principalmente em locais turísticos, como a praia de Ipanema. E não aceitar bebidas de estranhos. Golpistas se aproveitam que o local é frequentado por turistas estrangeiros e de fora do Estado para aplicar o “Boa Noite, Cinderela”.
Cadu estava desaparecido desde sexta (15), mas conta que, na sexta, dormiu na casa de amigos, tendo sofrido o golpe no sábado. Na ocasião, a jovem que o levou para casa pensou que ele estivesse bêbado.
Segundo o pesquisador Paulo Telles do Nepad (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas), na Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), a vítima que toma a substância aparenta estar bêbada. Entretanto, ela pode dar informações e responder a estímulos durante o efeito do remédio, não se lembrando do que aconteceu após acordar. Os remédios usados para induzir o sono rapidamente, quando misturados ao álcool, têm seu efeito potencializado.
Em entrevista ao R7, o cineasta disse que um grupo de desconhecidos lhe ofereceu uma bebida na praia durante um bloco de Carnaval.
— A última coisa que me lembro é de ter bebido e me sentir mal.
Foi neste momento que uma amiga que passava pelo local o identificou e o levou para casa, onde ele só acordou no dia seguinte, domingo (17).
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