A população brasileira, de modo geral, sempre sofreu com a falta de apoio e com o sentimento de abandono das instituições governamentais. Esse é um ponto que faz parte dos discursos eleitorais há muito tempo, mas que apesar da evolução das relações, ainda não saiu dos corações.
Diariamente temos provas dessa infeliz imposição à sociedade que clama por mudanças. Propostas sólidas que podem ajudar, em muito, a melhorar a qualidade de vida, principalmente dos menos favorecidos.
Não se pode falar em segurança sem que exista a possibilidade de garantias de que se pode acreditar nas promessas, que deveriam estar baseadas em atitudes e não apenas em falatório repetitivo e que não mostra a realidade da intenção da mudança.
Vez por outra, porém, o povo consegue melhorar a auto-estima com atitudes que partem da sociedade civil organizada, mas que comove as autoridades públicas e essas são compelidas a mostrar o resultado prático da vontade política de mudar para melhor.
O trabalhador, sempre esquecido, começa a poder contar com reais chances de evolução. A Câmara dos Deputados, em sessão solene, aprovou em primeira instância, um sonho que atormentava há mais de quatorze anos, os travesseiros de quem se sentia explorado pelos patrões e não via a expectativa de reconhecimento de que todos tem o direito à chance de ser valorizado em sua dedicação.
Finalmente foi aprovada a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução do salário. Parece pouco, mas essa é uma grande conquista dos sindicatos e conseqüentemente dos trabalhadores.
Pelo menos, as mães e pais poderão, além de descansar um pouco mais, tomar conta de suas crianças, acompanhando seu desenvolvimento e orientando suas atividades, para que não fiquem jogadas a própria sorte, ouvindo conselhos de quem nada tem de útil a dizer.
Somente conseguiremos realmente sentir a sensação de segurança quando todos os fatores externos estiverem interagindo. Sabemos em primeiro lugar, que segurança pública não é caso de polícia, mas sim caso de Estado, ou seja, saúde, educação, família, religião, emprego, salário e dignidade. A polícia é apenas a última das ferramentas do sistema.
O aparato policial somente começa a agir quando todas as outras peças falharam e age apenas, normalmente, depois do crime já ocorrido. Chega então para reprimir, pois também não possui estrutura para prevenir. A prevenção, quem deveria fazer é a máquina estatal em parceria com a família e sociedade em geral.
Esperamos sempre o resultado prático das necessidades do cidadão e temos certeza, que apesar das dificuldades, sempre aconteçam as mudanças e evoluções tão aguardadas por todos. Apesar do fantasma da crise mundial que abalou fortes economias em todo o mundo, parece que o Brasil conseguiu segurar a balança comercial e já dá fortes demonstrações da força da sustentabilidade.
Agora, que a economia está mais balanceada, faltam apenas alguns investimentos sociais. Tudo indica que com os programas assistenciais do atual Governo, a fome não mais assola as portas dos menos favorecidos, porém, ainda falta proliferar os princípios da inclusão social.
Quando conseguirmos a real cidadania que virá acompanhada de dignidade, certamente conseguiremos um futuro melhor para as crianças que serão os “donos” do mundo, com chances de ficarem longe da violência das ruas e desamparo das instituições públicas.
(*) Cláudio Avelar é Presidente do Sindicato dos Policiais Federais no DF, bacharel em Direito e Administração, especialista em Direito Público.
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