Fonte: Jornal de Brasília
Teve início a estratégia de intensificar o policiamento no Plano Piloto. Por meio da Operação Asas, o efetivo de policiais nas ruas foi aumentado. Para motivar as equipes, haverá uma gratificação em dinheiro por cada arma apreendida.
“Nós mudamos o foco da abordagem policial. Não estamos levando em consideração só o número de crimes, mas focando onde se encontra a maior concentração de pessoas em perigo”, explicou o comandante-geral da Polícia Militar, Suamy Santana.
A primeira fase da operação terá 45 dias de duração. A equipe foi acrescida de 250 policiais, realocados de setores administrativos e batalhões, e mais 40 viaturas nas ruas. “Estamos fazendo um rodízio. Em dias necessários, colocamos os policiais administrativos em ação externa”, comenta Santana.
A operação está sendo feita pela Polícia Militar e apoiada pela Polícia Civil com investigações e flagrantes. Só no ano passado, foram feitas 11,5 mil prisões de suspeitos, todos maiores de idade, além de 5,7 mil adolescentes apreendidos.
A estratégia da gratificação para os policiais tem o objetivo de retirar as armas do poder dos criminosos, como explica o secretário de Segurança, Sandro Avelar: “Só nesta madrugada, foram recolhidas dez armas em todo o DF. Com menos armas nas ruas, menos crimes acontecerão. Além disso, prestigiamos o policial pela abordagem”, argumenta. Os valores poderão variar entre R$ 400 e R$ 1 mil, dependendo do tipo de arma que for entregue.
O combate aos sequestros relâmpago é uma das frentes da operação. Só em 2013, 40 ocorrências foram registradas. O secretário Sandro Avelar pondera que, mesmo com o reforço policial nas ruas, a população precisa se conscientizar e fazer a sua parte. “Mesmo com a conduta policial de alertar e reeducar os cidadãos, as pessoas precisam colaborar com a polícia. É preciso que não fiquem dentro do carro à noite e não andem sozinhas em lugares desertos”, alerta Avelar.
Somente em janeiro, o Plano Piloto registrou 40 ocorrências de tráfico de drogas, 49 de uso e porte de drogas, dois homicídios, três tentativas de homicídio e 81 casos de lesão corporal. De acordo com a Secretaria de Segurança, os dados a respeito de outros tipos de crimes ainda não foram contabilizados.
Os comerciantes são os que mais reclamam da falta de segurança. O empresário Raimundo Everardo, 42 anos, perdeu o ânimo no trabalho depois de ter sido feito refém na própria loja, no ano passado. “O maior prejuízo é o psicológico. Enquanto os bandidos estão livres, estamos presos atrás dessas grades com medo”, lamenta Raimundo, que desembolsou R$ 6 mil para reforçar a segurança na loja.
Muitos moradores e frequentadores do Plano Piloto estão sempre atentos para não dar brecha ao crime. O estudante Matheus Moreto, 22 anos, mora no Lago Sul, mas sempre vai visitar um amigo na Asa Norte. Ao chegar à quadra de noite, ele estaciona o carro em frente a câmeras do estacionamento e sai rapidamente do veículo. “Sempre tomo medidas de prevenção para ter mais sensação de segurança. Não podemos dar mole, porque os criminosos agem em plena luz do dia com gente em volta”, alerta.
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