Fonte: Fenapef
Aconteceu nessa terça-feira, 16, a marcha dos policiais federais em Brasília/DF, rumo à criação da Frente Parlamentar de Apoio à Reestruturação da Polícia Federal, no Congresso Nacional.
O evento se tornou um marco na história da Polícia Federal e reuniu várias centenas de agentes, escrivães e papiloscopistas, que foram às ruas conscientizar a sociedade acerca da necessidade de reivindicar uma Polícia Federal (PF) eficiente e justa, sem a discriminação de categorias.
Nas últimas décadas houve um espetacular avanço tecnológico dos perfis profissionais desses 03 cargos, pela rica união da expertise dos policiais que criaram e construíram a PF em meio às diversas formações acadêmicas dos novos policiais. Esse avanço nas análises criminais e inteligência policial tornou a Polícia Federal a instituição mais confiável pela população, e levou para a sociedade a sensação de justiça e punibilidade dos corruptos, um dos maiores anseios dos brasileiros.
Entretanto, nos últimos anos, movimentos políticos das associações de delegados e peritos interpretaram a evolução das demais categorias policiais como uma ameaça ao seu status político e salarial, existente na época de repressão anterior à Constituição Federal.
Nessa linha, tais associações colocaram em prática uma série de medidas administrativas que envolveram a constante interferência nas decisões políticas do órgão e dos ministérios, no sentido de impedir o reconhecimento ou valorização das demais categorias no âmbito do Poder Executivo.
A Marcha de Brasília e a criação da Frente Parlamentar de Apoio à Reestruturação da Polícia Federal é o início de uma nova agenda de mobilizações públicas, que representa um grito de socorro pelo órgão. O movimento sindical da PF não defende monopólios aristocráticos no serviço público, e vai combater a péssima gestão do órgão, que assiste de forma melancólica seus policiais federais adoecerem diante de tanta burocracia, assédio moral, incompetência, perseguições e parcialidade na defesa de interesses políticos das associações de delegados e peritos.
Bem cedo nessa última terça-feira, 16, o grande elefante branco já liderava a concentração em frente ao edifício-sede da PF, conhecido como Máscara Negra. Esse enorme paquiderme virou símbolo durante a última greve, por representar a ineficiência e burocracia promovida por uma gestão ineficiente, que impede o desenvolvimento profissional da grande base de policiais, sem esquecer de trazer a público a ineficiência do modelo de investigação em vigor, materializado por meio do inquérito policial.
Ao final da manhã, a marcha seguiu para o Congresso Nacional, e centenas de policiais ocuparam as ruas do Setor de Autarquias Sul, onde foram agraciados pela população, que acenava e fazia questão de buzinar, em homenagem aos homens e mulheres que um dia fizeram uma escolha de vida, e hoje vão às ruas para defender o seu sonho de ajudar o país.
Na Esplanada dos Ministérios foi possível perceber a grandeza da marcha, pela multidão de policiais federais que seguia e chamava a atenção da população e das dezenas de órgãos de imprensa. Entoando o hino nacional brasileiro, o hino do órgão e palavras de ordem, era fácil perceber, durante a marcha, nos olhares daqueles policiais federais, a emoção, o orgulho e a satisfação de levantar a cabeça e lutar por uma Polícia Federal justa, democrática e eficiente.
Sob o sol escaldante e forte calor a marcha seguiu de forma vibrante no coração político do país, onde não se diferenciava os policiais da ativa dos aposentados, que mostraram sua garra e histórico espírito de luta.
Ao final da marcha, as centenas de policiais federais lotaram o Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, que não comportou todos os participantes, que ocuparam os corredores laterais, as antessalas, e tiveram que se acomodar em todos os espaços.
E a primeira reunião da Frente Parlamentar de Apoio à Reestruturação da Polícia Federal, lançada pelo Deputado Federal Otoniel Lima, foi um sucesso absoluto, com intensa participação de inúmeros congressistas, de todos os sindicatos da PF, de entidades civis do Ministério Público, das Polícias Civis e de vários setores da Sociedade Civil. E 100% dos participantes numa só voz clamam por sérias mudanças estruturais na Polícia Federal.
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