FAUSTO MACEDO
A Procuradoria da República requereu a localização do delegado Protógenes Queiroz, mentor da Operação Satiagraha, para depor no inquérito da Polícia Federal que investiga sua suposta relação com adversários do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. A PF deverá questionar especificamente Protógenes se ele conhece o empresário Luiz Roberto Demarco Almeida, “desde quando e por qual razão”.
Segundo o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal, Demarco – da empresa Nexxy Capital Brasil Ltda -, trava com o banqueiro demandas comerciais. A procuradoria pediu quebra do sigilo telefônico de Protógenes e Demarco relativo ao período de janeiro de 2007 a agosto de 2008. Ao todo, são 7 as perguntas a Protógenes, todas relativas a Demarco – se o delegado manteve contato telefônico com ele, “em quais oportunidades e por qual motivo”; se “manteve contato pessoal ou telefônico com funcionário, amigo ou preposto de Demarco, em quais oportunidades e por qual motivo”; se conhece ou possui algum vínculo com a Nexxy ou com funcionário da empresa.
O Ministério Público quer que a investigação seja “direcionada, por ora, exclusivamente para apurar as ligações existentes entre Protógenes e a Nexxy”. A procuradoria não atribui a Demarco ação irregular, mas também requereu seu depoimento. A PF, por recomendação da procuradoria, vai fazer 11 indagações ao empresário – entre elas, se já esteve na sede da corporação em Brasília, São Paulo ou Rio, quando e por qual motivo.
O inquérito apura ingerência de “grupos econômicos na Satiagraha e eventual influência indevida de terceiros na operação”. A procuradoria suspeita, “em tese”, de crimes contra a administração pública – corrupção ativa e passiva e prevaricação.
O Estado tentou contatos com Protógenes e Demarco, mas não houve resposta.
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