O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, durante entrevista concedida para emissoras de rádio, que o assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel não teve motivação política. “Tenho a convicção de que a morte do Celso Daniel foi um acidente e foi um crime comum. Não acredito em crime político em hipótese alguma”, disse.
Para o presidente, Celso Daniel foi o melhor administrador público do país e sua morte tem sido usada politicamente pelo Ministério Público. “Lamentavelmente, uma parte do Ministério Público de São Paulo, toda vez que vai chegando a eleição, levanta esse caso.”
Lula disse que baseia sua convicção no resultado das investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil de São Paulo. Ele destacou que na época do assassinato não estava no governo e que solicitou ao então presidente Fernando Henrique Cardoso para que a PF investigasse o caso.
O presidente, no entanto, não descartou a possibilidade de mudanças no resultado das apurações. “Se amanhã descobrirem que não foi crime comum, todos nós vamos mudar nossa versão, mas o que eu tenho agora é o resultado final da Polícia Civil e da Polícia Federal.”
Generoso
O presidente afirmou que Deus foi generoso com ele. “Eu tenho consciência que Deus foi muito generoso comigo. Sair de onde eu saí e chegar a ser presidente da República.”
Lula disse que pede todos os dias a Deus que a vida dos brasileiros melhore. “Peço todo dia que eu tenha saúde, que o povo brasileiro tenha saúde, que as coisas possam melhorar para todos nós.”
Transferidor de renda
Durante a entrevista, Lula ainda defendeu que os governos federal, estaduais e municipais trabalhem de forma combinada. Ele disse que o governo federal é um grande transferidor de renda para Estados e municípios. “Se a gente trabalhar de forma combinada tudo será mais fácil”, afirmou. “E é isso que eu espero deixar para o próximo presidente da República”, reiterou.
O presidente ressaltou que não existe mágica na política. Para bons resultados, segundo ele, é preciso seriedade e integração dos entes federativos. “O problema no Brasil é que cada um quer inventar o 'ovo de Colombo'. Cada um que entra acha que tem um coelho na cartola que vai ser a maior novidade do mundo”, disse.
Bolsa Família
Sobre a possibilidade de o governo do Rio de Janeiro interromper o repasse de recursos adicionais ao Bolsa Família, o presidente disse que foi informado sobre o assunto, mas ainda conversará com o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias. “Vamos ver como é que nós vamos fazer para atender essas pessoas.”
Ele lembrou que o valor do benefício previsto pelo programa federal varia de R$ 65 a R$ 95 e que os governos estaduais e municipais entram com verbas adicionais.
A entrevista do presidente foi concedida às emissoras de rádio Capital AM (SP), Tupi (SP), Globo (RJ) e Tupi (RJ). Esta é a segunda de uma série de entrevistas –a primeira foi na última sexta-feira.
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