Para tentar evitar a primeira greve nacional do ano da Polícia Federal, o ministro da Justiça, Tarso Genro, vai nesta segunda-feira (26) à sede da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) disposto a abrir canal direto de diálogo com a categoria. É a primeira vez que um ministro de Estado se reúne com os policiais federais na sede de seu principal órgão de representação.
Em estado de greve por um reajuste de 30% – combinado no acordo salarial de 2006 -, os policiais já fizeram paralisação de advertência há um mês e vão cruzar os braços por 24 horas novamente na quinta-feira. O movimento está marcado para a mesma data em que a PF completa 44 anos de criação. A categoria luta também por sua lei orgânica, com a qual espera reduzir a diferença de remuneração com os servidores dos outros órgãos do sistema criminal da União. Estarão presentes ao encontro, representantes dos vários segmentos da categoria de servidores da PF, como delegados, agentes, escrivães e papiloscopistas.
Tarso sabe que precisa estabelecer relação de confiança com a corporação. Setores da PF, a oposição na Câmara e a Ordem dos Advogados do Brasil anunciaram que cobrarão com intensidade e ficarão “muito atentos” à sua atuação. Não bastasse isso, o ministro tem pela frente a complicada missão de substituir o delegado Paulo Lacerda no comando da PF. Ele próprio já deixou clara a dificuldade da operação ao adiantar ao jornal “O Estado de S.Paulo” que pretende contar com Lacerda por pelo menos mais três meses. “Nesse período vamos amadurecer o nome do substituto. Posso dizer que as características do próximo nome serão: o mesmo grau de isenção, republicanismo e independência com que ele se comportou em relação ao governo”, disse Tarso.
* O presidente do Sindipol/DF, Cláudio Avelar, estará presente, acompanhado todo o tramite da negociação.
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