Quando começamos a participar das reuniões do Grupo de Trabalho da Lei Orgânica, foi em um momento tenso, pois minha nomeação pela Fenapef se deu após fortes discordâncias com o Presidente da Comissão. Foi a primeira surpresa, pois ele havia sido agente da Polícia Federal por mais de vinte anos e já conhecia os defeitos do Órgão. A segunda surpresa foi descobrir que o modelo que o grupo seguia como paradigma das discussões havia sido elaborado pelo próprio presidente. O grupo esperava que se partisse da avaliação de um projeto oficial e não de mais um particular.
A forma como conduzia os trabalhos vinha apenas a demonstrar hostilidade e incentivar rivalidades – Decepção, pois aquele que viria gerenciar, harmonizar, mediar e promover as discussões com ordem e critérios, se colocava na qualidade de chefe do grupo, rejeitando idéias, gritando com os membros, que acabavam a responder no mesmo tom e a impedir deliberadamente que na falta de consenso, se buscasse o acerto através do voto. Várias propostas foram rejeitadas, com a célebre frase: NÃO ADMITO.
Porém, caros leitores, fiquem tranqüilos, pois tal método ditatorial teve resultado. Será o próximo superintendente da Bahia. Oxalá os baianos tenham mais sorte.
Depois de concluído o trabalho, que apesar de tudo, pensei que poderia dar certo, posso afirmar com certeza que todos os membros ficaram insatisfeitos. Isto sim é fato inédito. Os Representantes de todas as categorias estão desanimados e descontentes e o Grupo, por sua vez não conseguiu ser mais ajustado, exigindo método e rotina de trabalho.
Não sei se tal situação fora orquestrada, fazendo parte de planejamento estratégico do tipo “teoria da conspiração”, mas sei que o Diretor Geral recebeu um texto que além de não alcançar consenso, não representa o sentimento da maioria, pois não foram permitidas votações, a não ser em assuntos meramente triviais.
Prova dessa afirmação é que alguns assuntos geraram textos diferentes e que deverão ser acertados depois, pois a Comissão não teve capacidade de fazê-lo, além do mais, algumas propostas foram modificadas ou retiradas do texto sem a consulta oficial aos componentes da mesa.
A única coisa certa é que nosso Projeto se consistia basicamente na democratização na ocupação das funções de chefia, possibilidade de vislumbrar uma “CARREIRA”. A unificação dos cargos, preferencialmente de agentes, escrivães e papiloscopistas, com a evidente unificação de suas atribuições era nossa maior luta.
Durante esse processo, que por si só já era por demais desgastante, apareceram ainda alguns revoltosos e angustiados que talvez por projetos pessoais ou quem sabe, pela falta de um, tentaram desestabilizar os escrivães, jogando-os contra os agentes e seus representantes, porém ficou esclarecido que apesar dos contratempos, jamais foram enganados ou ameaçados, Enquanto propúnhamos a união, alguns pregavam a discórdia. Mas isso já é passado.
O Diretor Geral, que sempre demonstrou boas intenções, caso deseje uma Lei Orgânica que realmente eleve o nome do DPF e acabe por vez com a insatisfação e desmotivação dos servidores policiais e administrativos, deverá reunir outra Comissão, dessa vez com membros mais capacitados, ou fazer ele mesmo, porém com critérios e busca da eficiência e valorização daqueles que possuem condições de bem produzir.
SOMENTE O MELHOR INVESTIGADOR PODERÁ CHEFIAR AS INVESTIGAÇÕES
SOMENTE O MELHOR ADMINISTRADOR DEVERÁ ADMINISTRAR
SOMENTE ALGUÉM QUE JÁ FEZ PODE SABER COMO ALGO DEVE SER FEITO
UNIDOS SEREMOS MAIS FORTES
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