Felipe Recondo, BRASÍLIA
O ministro de Relações Exteriores Celso Amorim e o embaixador da Espanha no Brasil Ricardo Peidró serão chamados, nesta semana, pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados para explicar a deportação de brasileiros em viagem à Europa. A comissão também quer ouvir o testemunho de brasileiros que foram barrados no aeroporto de Madrid e em seguida deportados.
E, na noite de sábado, em novo lance da crise entre Brasil e Espanha, a Polícia Federal repatriou mais cinco cidadãos espanhóis que tentavam entrar no País pelo Aeroporto Internacional de Salvador. A novidade é que desta vez, um cidadão italiano também foi barrado.
Na noite de quinta-feira, a PF já havia impedido a entrada de um grupo de sete espanhóis no mesmo aeroporto.
Segundo o agente Federal José Carlos Barreto, o grupo chegou no vôo da empresa Air Europa, por volta das 21h30min de sábado. No mesmo vôo, procedente de Madri, dois brasileiros também retornavam pois não foram aceitos na Espanha.
Dos seis rejeitados, dois eram empresários que estavam sem passagem de retorno nem documento de estada comprovada. Outros quatro, além deste item, não tinham dinheiro suficiente nem passagem aérea para retorno.
Barreto confirmou que a PF tem orientação para ser “extremamente rigorosa”, dentro do princípio de reciprocidade. “Tem brasileiros que ficam até detidos dois, três dias lá e a idéia é fazer do mesmo jeito por aqui”, disse. “Desta vez, eles voltaram no mesmo vôo, duas horas depois”, disse.
CONGRESSO
A convocação do embaixador, vedada pelo regimento interno da Casa, será mediada pelo presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP), que defendeu na semana passada que o diplomata explique os incidentes com os brasileiros na Espanha. Porém, para não prejudicar as relações diplomáticas entre os dois países, Chinaglia pretende consultar Amorim antes de decidir se chama Peidró.
Na semana passada, os deputados já haviam aprovado a convocação de Patrícia Camargo Magalhães, 23, mestranda de física da Universidade de São Paulo (USP), proibida de entrar na Espanha. Hoje, os integrantes da comissão vão discutir se chamam brasileiros que integravam o grupo de 30 pessoas barradas no dia 5.
“Tem o problema do preconceito, dos maus tratos contra os brasileiros”, critica o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
COLABOROU PAULO LEANDRO
Comments are closed.