Atingidos pelos cortes no orçamento realizado pelo governo federal, representantes de diversos setores da Polícia Federal criticam a iniciativa e avaliam que a tesourada pode paralisar as principais ações da entidade em todo o país.
Em nota publicada no site oficial, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) se queixa da redução de recursos estabelecido por decreto assinado no início do mês pela presidenta Dilma e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
“Há pouco mais de 10 dias, a presidente Dilma Rousseff disse que iria apertar o combate ao tráfico de drogas nas fronteiras do país. Com o corte do orçamento a intenção da presidente deve ir por água abaixo”, diz a entidade em trecho da nota.
De acordo com a Fenapef, o decreto limita as despesas com diárias e passagens em 25% para as áreas de fiscalização e policiamento e em 50% para as demais áreas.
Ainda segundo a entidade, em comparação aos gastos realizados nas mesmas áreas em 2010 (R$ 376,5 milhões para a área de Fiscalização e R$ 1.895,7 milhões para as demais áreas) as reduções são de 25% e 53,7%, respectivamente.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal, Jones Borges Leal, 70% das operações devem ficar em “banho maria”.
“Nós acreditamos que [os cortes] devem ser repensados. Se continuar assim a Polícia Federal não tem como trabalhar. Acredito que a presidente Dilma deve ter sido mal orientada”, disse Leal ao blog.
Para o presidente Federação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (Fenadepol), Antonio Barbosa Gois, todo o planejamento das grandes operações deverá ser revisto.
“Redução nas diárias implica menos dias para realização de uma operação. As operações que demandam uma semana terão que ser feitas em três ou quarto dias”, ressalta Gois.
Outro impacto que o corte trás está na realização de cursos de aperfeiçoamento dos policiais.
Devido à tesourada, o Curso Especial de Polícia previsto para atender 250 agentes de todo o país, que começaria no próximo dia 14, teve que ser cancelado.
O motivo é a falta de recursos para contratação de professores, orientadores, pagamento de diárias e horas-aula e para locomoção dos alunos.
O blog procurou o Ministério da Justiça, mas foi informado, por meio da assessoria, que a pasta não iria se pronunciar sobre os cortes no Orçamento da PF.
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