Fonte: O Globo
A corrupção, o envolvimento com a milícia e crimes como homicídio e extorsão são os principais motivos de expulsão de policiais militares no Rio. No ano passado, houve um recorde no número de PM demitidos: 317 contra 143, em 2011. Um aumento de 121%. Quando comparado com 2010 (85), o crescimento chega a 272%, segundo reportagem do site G1.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, atribui a alta à nova filosofia adotada à frente da instituição.
— Eles (PMs) estão percebendo que não adianta se esconder e continuar na corrupção. Nós vamos deixar esse legado: uma polícia melhor e mais digna. Aqueles que não se adaptarem, que não aceitarem essa nova orientação, vão embora — afirmou o comandante, em entrevista ao G1. Para o coronel, há um processo de mudança de cultura dentro da Polícia Militar, que envolve a participação de psicólogos e a redução do número de fuzis:
— Estamos fazendo um trabalho interno muito importante, com psicólogos e com os próprios comandantes. Nós tivemos mais de 200 fuzis apreendidos só no ano passa- Expulsão de policiais militares avançou 121% em um ano no Rio “Vamos deixar de legado uma polícia mais digna”, diz comandante MARCELO CARNAVAL/14-11-2011 Otimismo. O comandante da PM, Erir Ribeiro da Costa Filho, vislumbra o fim da cultura do fuzil nos próximos anos do. Iso mostra que nós estamos trabalhando e prendendo. A Polícia Militar está se humanizando, o que é mais importante, e mostrando essa nova postura — disse Erir ao site G1.
O comandante afirmou ainda que espera ver o Rio livre dos fuzis, mas que, no momento, ainda há necessidade desse armamento:
— Daqui a pouco eu tenho certeza de que o Rio não vai ter mais cabine blindada, não vai ter mais fuzil. Nós estamos caminhando para isso. Mas não pode tirar de uma vez só, porque os policias acham que estão inseguros. São quantos anos utilizando fuzis? Isso é uma cultura de anos que temos que trabalhar a cabeça dos policiais.
De acordo com a reportagem, para os policiais serem expulsos, eles devem passar por um processo administrativo disciplinar, que tem trâmites diferentes dependendo da patente e do tempo de serviço. Os acusados tem amplo direito de defesa e podem recorrer da decisão, que é tomada pelo comandante dos batalhões ou da PM, no caso dos praças, ou pela Justiça, no caso dos oficiais. O processo administrativo que leva à expulsão é paralelo ao processo criminal, que pode correr na Auditoria de Justiça Militar, se o crime for militar, ou na vara comum.
Na mesma entrevista ao G1, Erir Ribeiro explicou que a substituição do coronel Rogério Seabra no comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) se deve principalmente à experiência do coronel Paulo Henrique, ex-comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais), dentro de comunidades.
— O Paulo Henrique, como no Bope ele sempre entrava primeiro (nas áreas de conflito), já pegou essa expertise. É uma outra filosofia porque ele já conhece também essas comunidades. Então os resultados cada vez mais virão — disse Ribeiro.
Em relação aos grandes eventos que a cidade receberá, como Copa e Olimpíadas, Erir Ribeiro disse que a PM estará preparada. O comandante afirmou que já está em processo de licitação para a compra de equipamentos para o patrulhamento aéreo. Em breve, será inaugurado o centro integrado de comando e controle da corporação.
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