Fonte: A Crítica
Diante da preocupação com a possibilidade de ameaças por parte de hackers, os órgãos de segurança firmaram uma parceria para prevenir e combater ataques que possam causar transtornos ao país, no período do Mundial
Segundo o coronel, o ataque mais comum envolve a oferta de supostos ingressos gratuitos para assistir às partidas
Reprimir invasões cibernéticas é o grande desafio das autoridades de segurança, principalmente nessa época de Copa do Mundo. Hackers e grupos terroristas podem roubar informações, bloquear contas bancárias, distorcer dados importantes e até assumir o comando de aeronaves usando apenas computadores para um ataque invisível, mas que pode causar grandes danos.
Diante da preocupação com a possibilidade de ameaças por parte de hackers, os órgãos de segurança, que incluem Forças Armadas, Agência Brasileira de Informações (Abin), Polícias Federal, Civil e Militar, firmaram uma parceria para prevenir e combater ataques que possam causar transtornos ao país. Estes órgãos montaram um esquema especial e estão trabalhando com troca de informações simultâneas.
No Comando Militar da Amazônia (CMA), localizado na avenida Coronel Teixeira, Zona Oeste, está a sala de coordenação de defesa cibernética, comandada pelo chefe do Estado Maior da coordenação de defesa de área do CMA, coronel Henrique Batista. No local funciona uma sala de comando e controle, com a presença de representantes de vários órgãos de segurança.
Ataques identificados
Henrique Batista informou que, até o momento, foram identificadas ameaças de grupos ativistas contra a realização da Copa do Mundo. Segundo ele, esses grupos buscam atacar páginas do governo ou de patrocinadores ligados a realização do Mundial de Futebol. Eles utilizam técnicas de ataque que promovem a negação de serviços, com objetivo de tirar o atendimento ou página do ar.
Também há movimentos incentivando ataques de pichação dessas páginas. Para o militar, essas são ações de indivíduos que buscam causar prejuízos motivados, em geral, por extremismo de cunho político ou para se promover ou aparecer na mídia.
O coronel avalia que a probabilidade é que o maior número de ocorrências seja relativa a ameaças que trazem prejuízos à imagem do governo ou das instituições com a pichação de páginas ou furto de informações. Segundo ele, o sucesso em ataques que causem prejuízos maiores – como interrupção nas telecomunicações, sabotagens de instalações críticas dentre outros danos materiais – são remotas, porém não se pode ignorar o risco de venham a ocorrer.
O coronel destacou como alvo principal dos hackers, as estruturas de comunicações públicas e privadas, sistemas de controle crítico (enrrgia elétrica e nuclear e segurança pública), além do furto de informações de caráter reservado de órgãos e instituições privadas.
A poucos dias da Copa do Mundo, os golpistas usam a criatividade para atacar fãs do futebol enviando conteúdos contaminados por e-mail e redes sociais. Diversas ações de criminosos virtuais que enviam conteúdos deste tipo, foram identificadas por companhias especializadas.
O ataque mais comum encontrado envolve a oferta de supostos ingressos gratuitos para assistir às partidas do Mundial. Os cibercriminosos sabem que este é um presente dos sonhos para qualquer apaixonado por futebol e circulam e-mails que prometem o prêmio.
Amazonas não registrou ataques
O coronel Henrique Batista destacou que, em maio deste ano, foi registrado o ataque de hackers ao sistema de comunicação do Itamaraty, inclusive em contas e e-mails de servidores. Possivelmente, o ataque cibernético utilizou o método phishing, que é uma forma de fraude eletrônica caracterizada por tentativas de adquirir dados pessoais de diversos tipos como senhas, dados financeiros, número de cartões de crédito e outros dados pessoais.
Henrique Batista informou que o Governo Federal, em sua preparação para a Copa do Mundo, efetuou um trabalho de análise das vulnerabilidades cibernéticas de serviços e instalações, como forma de prevenir ataques cibernéticos.
Segundo o coronel, em todas as áreas críticas há pessoal capacitado para identificar e tratar ameaças cibernéticas, um trabalho que envolveu instituições como o Gabinete de Segurança Institucional e o Ministério de Defesa Cibernética, em Brasília.
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